terça-feira, outubro 03, 2006

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A inveja é um sentimento ruim, destruidor. Ela agulha o coração, esmaga o raciocínio e paralisa qualquer ação quando vem acompanhado de mágoa e muita, muita raiva.

Eu tenho um irmão mais novo. Uma pessoa que não gosta de crianças e que, se você estiver passando fome e precisar de ajuda financeira, pergunta quando você vai pagar de volta e acrescenta 2% de juros ao mês. Não nos falamos há anos. Da última vez em que estivemos juntos em Friburgo, ele exigiu que meus pais escolhessem com quem eles gostariam de fazer as refeições, porque ele não comeria com minhas filhas (muito pequenas, na época), já que elas "não sabiam se comportar nem comer direito" (como se uma criança de oito meses soubesse comer direito). No almoço, minha mãe nos levou uma bandeja no quarto. Eu fiz as malas e voltei para o Rio.
Minha mãe acaba de me dizer que ele abriu uma editora. O meu sonho mais antigo, o que eu mais acalento, o objetivo da minha vida, ele realizou. Editou um livro - o livro que marcou a minha infância, um livro para crianças que seria o primeiro da minha editora - e, na surdina, pediu que meus pais discretamente se informassem comigo como ele poderia distribuí-lo no Rio.
Sabendo que eu amo livros. Que meu sonho é construir uma editora. Que eu preciso de dinheiro para viver. Que eu não tenho emprego fixo e duas filhas para criar.

Às vezes eu tento imaginar quem inventa, na minha vida, essas brincadeiras tão cruéis.

11 comentários:

Anônimo disse...

Ai, Suzana, não acredito. Com um irmão desses quem precisa de inimigos??? Fora que pelo o que me parece, seus pais não ajudam muito né... Sorte e força. Ah, e se puder me manda um e-mail pra gente marcar o encontro com o Demian e o pessoal (não sei se vc já combinou alguma coisa com a Cris... hellenmise@hotmail.com) na semana que vem.

Anônimo disse...

Nossa, Suzana. Essa história é quase inacreditável. E triste demais também. Fiquei sem ter o que dizer...

Lys disse...

Eu acho que a palavra "irmão" vai muito mais além da consangüinidade, e aí, Suzana, essa criatura não é seu irmão de jeito nenhum. Cruzes. Fiquei especialmente perplexa com o episódio do almoço. E outra coisa que bateu mal: a sua mãe ter levado uma bandeja de comida para vocês no quarto. Eu teria mandado o idiota ir comer no quintal, na vasilha do cachorro. Assim como a Hellen, achei meio dúbia a posição dos seus pais. Mas, claro, são impressões; posso estar enganada. A ironia maior é ele ter editado um livro para crianças. Logo ele que não gosta de crianças. Eu tenho muita reserva com pessoas que não gostam de crianças e animais. Quero é distância.

Lala´s disse...

Eu gostaria de acreditar que você já sabe o que eu diria a respeito. Bjs.

Creco disse...

Só posso lhe desejar muita sorte e muita força. Com a capacidade que tens, com certeza vai dar a volta por cima. São essas coisas que nos tornam fortes.

Beijo do Creco.

anouska disse...

onde tá tu? vamo conversar... bjs

Anônimo disse...

Diga para a sua mãe que você terá muito prazer em dar todas as informações que ele necessita e imediatamente informe que seu preço para um projeto de consultoria na área editorial é de XXXXX reais. E que o pagamento para clientes novos é 100% adiantado. Com você definindo limites precisos, sua mãe e ele se mancam e você deixa de ser tão vulnerável.

Anônimo disse...

(complementando)...ser tão vulnerável às mesquinharias dele, bem entendido.

bj.
M.

Anônimo disse...

Nossa....
O lance do almoço foi inacreditável!!!! Manda a conta pelo serviço!

Anônimo disse...

Credo, só consegui me livrar da influencia nefasta da minha irmã mudando p/ outro estado. seu irmão parece ser do mesmo tipo, bem de grana e ruim da cabeça, um stalker vigiando e roubando seus sonhos, invejoso de qualidades suas que ele quer mas não consegue ter. isso deve drenar suas forças. como o primeiro anonimo disse, coloque limites, barreiras, seja bem forte

Anônimo disse...

Eu fiquei tão passada com o que acabei de ler, mas tão passada, tão passada, que sinceramente...

Como está num dos posts adiante: há de ter justiça para você. E haverá, escreva isso.

Beijos com amor.